A tabela de poker é um recurso essencial para quem quer evoluir no jogo. Afinal de contas, o poker é um esporte extremamente complexo e compreender seus fundamentos é fundamental para conseguir bons resultados a longo prazo. Para ajudar nessa jornada, reunimos um guia de tabelas e dicas de Texas Hold'em para você consultar durante seus estudos ou partidas.
Tabela de poker – mãos e rankings
Você não pode jogar bem se não souber quais mãos formam combinações vencedoras. Entender a ordem das mãos é crucial para evitar decisões equivocadas e para calcular corretamente suas chances de vitória. Abaixo, apresentamos as dez principais classificações de mãos de poker, da mais forte para a mais fraca, junto com exemplos práticos:
- Royal Flush: 10-J-Q-K-A do mesmo naipe.
- Straight Flush: sequência do mesmo naipe (ex.: 5-6-7-8-9).
- Quadra: quatro cartas do mesmo valor.
- Full House: trinca + um par.
- Flush: cinco cartas do mesmo naipe, sem sequência.
- Straight: sequência de naipes diferentes (ex.: A-2-3-4-5).
- Trinca: três cartas do mesmo valor.
- Dois Pares: dois pares diferentes.
- Par: um par.
- Carta Alta: nenhuma combinação; vale a maior carta.
Observação: em variantes “low” ou com baralho reduzido (ex.: Short Deck), a ordem pode mudar.
Principais termos do poker
Ao iniciar no poker, muitos jogadores se sentem diante de um idioma próprio. Conhecer a terminologia correta ajuda a entender movimentos e cenários de jogo. Alguns exemplos:
Posições na mesa de poker
A posição na mesa influencia diretamente quais mãos jogar e suas chances de vitória. Em mesas 6-max, a partir do botão do dealer (BTN):
- SB — Small Blind
- BB — Big Blind
- UTG / LJ — Under The Gun / Lojack
- HJ — Hijack
- CO — Cutoff
- BTN — Button

Texas Hold’em – mãos iniciais
Muitos jogadores de poker iniciantes cometem o erro de jogar mãos demais. Um bom ponto de partida é seguir uma tabela de mãos iniciais que varia conforme a posição na mesa. Exemplo simplificado:
- UTG: pares médios/altos (77+), AK, AQ.
- HJ: UTG + pares baixos (55–66), AJ, KQ.
- CO: HJ + conectores suited (T9s–65s), Axs.
- BTN: CO + broadways off-suit e suited fracas adicionais.
Em geral, abra por volta de 2,0–2,5bb; ajuste versus perfis muito tight/loose.

Jogo pós-flop
O pós-flop é a fase do poker que começa assim que as três primeiras cartas comunitárias (flop) são reveladas. É nesse momento que a habilidade de leitura de mesa e de adversários se torna essencial. Uma boa estratégia pós-flop leva em conta não apenas a força da sua mão, mas também o board texture (textura do bordo), ou seja, como as cartas abertas se conectam entre si e com possíveis mãos dos adversários.
Para simplificar, você pode classificar suas mãos em quatro categorias principais e adotar a ação recomendada:
1) Monstros (trinca+, straights/flushes, dois pares fortes)
Ação: aposte/aumente por valor; negue equidade de draws; controle contra ranges muito fracos.
2) Força média (top pair bom kicker, second pair sólido)
Ação: pot control; c-bets menores em boards secos; evite potes gigantes fora de posição.
3) Draws (flush draw, open-ended, combo-draw)
Ação: semi-blefe em posição; escolha tamanhos que gerem fold equity e mantenham odds implícitas; pague quando as pot odds justificarem.
4) Lixo (whiff total, backdoors fracos)
Ação: check/fold; blefe apenas em boards favoráveis, contra ranges que “overfoldam”.
Texturas comuns:
- Seco (A-7-2 rainbow): favorece c-bets pequenos com alta frequência.
- Molhado (J-T-9 com dois do mesmo naipe): prefira bet maior com valor/semiblefes fortes; cuidado com check-raises.
- Pareado (K-K-5): ranges são polarizados; bluffs precisam de equidade/backdoors.
Regras de bolso: em posição aposte mais; fora de posição selecione melhor os blefes. Evite “hero calls” em runouts que pioram seu range e melhoram o do vilão.
GTO vs Estratégia exploratória
O poker moderno é amplamente influenciado por duas abordagens estratégicas: GTO (Game Theory Optimal) e exploratória. Cada uma delas tem suas vantagens e momentos ideais de aplicação.
GTO (Game Theory Optimal) é um estilo matematicamente balanceado que busca evitar que o jogador seja explorado. Utiliza frequências ideais de apostas, blefes e calls, de forma que, independentemente da resposta do adversário, você mantenha uma expectativa positiva ou neutra. Essa abordagem é particularmente útil contra jogadores experientes, que são capazes de identificar padrões e explorar desequilíbrios na sua estratégia.
Já a estratégia exploratória consiste em ajustar seu jogo para explorar fraquezas específicas dos oponentes. Isso pode significar aumentar a frequência de blefes contra adversários que desistem muito, ou, ao contrário, jogar mais mãos de valor contra aqueles que pagam demais. Essa abordagem tende a gerar lucros mais altos contra jogadores recreativos ou previsíveis, mas pode deixá-lo vulnerável contra oponentes atentos.
Uma boa prática é estudar GTO fora das mesas para entender as linhas “corretas” de ação e, na prática, mesclar com exploração quando identificar tendências claras nos adversários. Em resumo: GTO para não ser explorado, exploração para maximizar ganhos.
Conclusão
O poker é um jogo de informação incompleta, onde cada decisão influencia diretamente seu resultado no longo prazo. Ter uma base sólida de conhecimento — como entender a tabela de poker, dominar o ranking de mãos, conhecer as posições na mesa e saber quais mãos jogar em cada situação — é apenas o primeiro passo.
O verdadeiro diferencial vem da capacidade de adaptação: analisar o comportamento dos oponentes, ajustar seu range de mãos conforme a posição e aplicar conceitos de GTO ou exploração de forma estratégica. Praticar pós-flop com disciplina, evitar jogar mãos fracas fora de posição e extrair valor máximo de mãos fortes são atitudes que, combinadas, elevam o nível do seu jogo.
Estude, pratique, registre suas mãos e reveja erros. Poker não é apenas um jogo de cartas — é um jogo de pessoas, matemática e estratégia. Use as tabelas e dicas deste guia como referência constante e, com paciência, seu desempenho nas mesas poderá atingir um novo patamar.